O primeiro Café Científico do ano será dedicado a “Chuva, Secas e reservatórios do semi-árido brasileiro” e acontecerá na segunda-feira, 3 de abril, às 18h, no Anfiteatro Finatec.
A água é um bem precioso, vamos falar sobre ela!
A precipitação é uma variável climática essencial que precisamos monitorar por muitas razões: o déficit de precipitação pode levar à secas e danos graves às culturas, por outro lado, o excesso de precipitação pode levar a inundações e colocar populações e infra-estruturas em risco.
O monitoramento da precipitação, em escalas muito finas e com a precisão necessária, pode ser muito dispendiosa. É necessário encontrar soluções inovadoras para monitorar a precipitação sem custo!
Dois exemplos inovadores baseados em dados oportunistas serão apresentados: o primeiro exemplo é sobre a medição da precipitação utilizando a rede de telecomunicações móveis; a segunda ideia, atualmente testada na floresta amazônica, é monitorar a precipitação a partir do som que ela faz! Utilizando sensores de som.
Vamos falar sobre isso!
Agora se olharmos para a água já precipitada, falamos de disponibilidade hídrica. Em regiões semiáridas, essa é praticamente toda a água armazenada em reservatórios, que se distribuem por todas as regiões e nos mais variados tamanhos, mas sempre ao lado de povoados.
O monitoramento de perto de todas essas fontes de água seria impossível se não fosse o uso de satélites. O uso de métodos remotos na estimativa de volumes de pequenos reservatórios é um desafio atual e a participação social tem papel importante nesse desafio. A calibração e validação desses modelos no semiárido está sendo possível com o apoio de comunidades, que estão monitorando com réguas o nível de seus pequenos reservatórios e ajudando no desenvolvimento de técnicas inovadoras.
Participantes :
Marielle Gosset
Pesquisadora Sênior/Diretora de pesquisa, UMR GET, França.
TEMAS DE PESQUISA: Hidrologia, Hidrometeorologia; Detecção remota de precipitação por satélite, Radar meteorológico, Ligações de telecomunicações, Ciclo global da água.
A Dra. Marielle Gosset concentrou a sua pesquisa nos últimos 15 anos na detecção remota por satélite e radar terrestre da precipitação e aplicação à hidrologia. O seu principal interesse é compreender a variabilidade da precipitação e o seu impacto no processo hidrológico e no balanco hidrico.
Está também interessada em melhorar a compreensão e previsão dos extremos hidrometeorológicos e das inundações. Ela trabalha com novas técnicas e medições de oportunidade da rede de telecomunicações para medir a precipitação (coordenação RAINSMORE/SMART/RAINSMORE).
A sua atividade tem-se concentrado nos trópicos -foco na África e colaboração crescente com o Brasil- onde tem conduzido atividades de pesquisa e treinamento. É membro da equipa científica (ST) do satélite de hidrologia da NASA-CNES SWOT, e SMASH, bem como da equipa científica da constelação GPM e do Grupo de Trabalho Internacional de Precipitação (IPWG).
Rafael Reis
Rafael Reis é atualmente pesquisador bolsista na Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). É doutorando em Recursos Hídricos na Universidade Federal do Ceará e em Sensoriamento Remoto na Universidade de Toulouse III/SDU2E.
Tem trabalhado em pesquisa relacionada com o planejamento e gestão de sistemas de água no Nordeste, com vasta experiência em missões de campo e coordenação de projetos destinados a monitorar a qualidade e quantidade de água em reservatórios.
Agora está envolvido nas equipas científicas de projetos de satélite, como o SWOT Early Adopters - NASA/CNES, com interesse principal em compreender a dinâmica da extensão, altura e volume de água de pequenos reservatórios e associada ao comportamento hidrológico da bacia.
Após as apresentações, será criado um espaço de intercâmbio para responder às perguntas do público.
Para o receber nas melhores condições possíveis, pedimos que você reserve alguns minutos para preencher o formulário de inscrição.
Conceito do Café científico :
Organizado pela Embaixada da França no Brasil, o Instituto de Investigação para o Desenvolvimento (IRD) e o Centro de cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento sustentável (CIRAD), o Café científico é um projeto que toma a forma de uma conferência/ mesa redonda/ apresentação de um filme, em torno de um tema científico específico. Ocorre 3 vezes por ano.
Os investigadores franceses e brasileiros são convidados a responder a todas as suas perguntas sobre a ciência.